sexta-feira, 8 de abril de 2011

A guerra contra sacolas de plástico





Sacola Plástica Nunca Mais


“Belo Horizonte foi contemplada com uma lei muito bem-vinda. Será a primeira capital do País a restringir o uso das sacolas plásticas. As principais instituições envolvidas se organizaram para avançar além do que está estabelecido em lei. A legislação autoriza o uso de embalagens descartáveis amigas do meio ambiente, as compostáveis. No entanto, o movimento quer mais. Quanto menos descarte, mais saudável o ambiente”, esclarece o coordenador da campanha, José Nogueira Soares Nunes.

Segundo ele, as ações buscam reduzir ao máximo o uso de sacolas descartáveis. “As descartáveis compostáveis devem ser encaradas como uma forma de uso emergencial”, frisa.

Dentro das ações do projeto, está prevista uma grande campanha de conscientização que começa 13 de março nos pontos de venda das entidades associadas e terá duração de aproximadamente 45 dias.

Os consumidores terão acesso a panfletos explicativos, publicidade em jornais, revistas, TV e rádio. Haverá também treinamento dos atendentes do varejo – o contato direto com os consumidores – para que eles estejam aptos a esclarecer a população.

Sacola oxidegradável/oxibiodegradável: As sacolas oxibiodegradáveis, cuja denominação correta é oxidegradável, são produzidas a partir do petróleo, com aditivos oxidantes que aceleram a sua degradação. Esses aditivos contêm em, suas formulações, componentes químicos que deixam resíduos que podem ser prejudiciais ao homem e ao meio ambiente. O uso pode criar e potencializar outros danos ambientais, já que pequenos fragmentos de plásticos, resultantes do processo de degradação, são facilmente carregados pelo ar, para outros lugares como rios, lagos, mares e demais sistemas. Até hoje, nenhum plástico com aditivo oxidegradável atendeu às normas internacionais de biodegradação.

Sacola compostável ou biodegradável: produzida com matéria orgânica, geralmente o amido de milho, é de fácil decomposição. Degrada-se em até 180 dias pela ação de microorganismos presentes em ambientes de compostagem e de aterros sanitários. Transformam-se em um composto orgânico que pode ser usado como húmus na adubação.
Sacola retornável: Não são descartáveis, apresentando vida longa. Produzidas com materiais variados, como TNT, tecido, palha, entre outros, é uma das melhores opções para se evitar o descarte.

Sacola plástica reciclada: feita a partir de materiais plásticos recicláveis. É uma boa alternativa na sua produção, mas quanto ao descarte apresenta os mesmos impactos ambientais da sacola tradicional.

A partir do dia 18 de abril será proibido o uso das sacolas convencionais e só poderão ser

comercializadas sacolas biodegradáveis (compostáveis), que serão vendidas ao preço médio de R$0,19. A partir desta data a fiscalização deixará de ser educativa, para ser punitiva. O comerciante que não cumprir a lei será notificado, multado e no caso de reincidência o estabelecimento poderá ser interditado e até fechado. De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da AMIS os fornecedores da sacola compostável, feita a partir do amido de milho, terão plena condição de atender o comércio de BH.

A sacola compostável, que será comercializada em BH, apesar de ser muito parecida com a que é usada hoje, dura menos, mas enquanto a sacola atual leva cerca de 400 anos para se decompor no meio ambiente, a compostável se decompõe em até 180 dias. A Gerente Comercial da Extrusa, fabricante da sacola compostável, Gisele Barbin, explica que "os plásticos biodegradáveis Basf (fabricante da matéria prima) comportam-se como um composto orgânico normal e os microorganismos presentes no solo proporcionam em poucos meses a biodegradação completa, sem deixar resíduos nocivos ao meio ambiente".

A estrela da campanha é a mudança de habito
Esta lei não pretende incentivar a troca da sacola de plástico convencional pela sacola biodegradável.
O objetivo maior é promover uma mudança de hábito e uma reflexão sobre a quantidade do que se consome e o que é realmente necessário. Pagar pelo produto é uma forma de alertar o consumidor e estimular o uso da sacola retornável. A sacola descartável deverá ser vista apenas como um instrumento emergencial. Para o Movimento das Donas de Casa e Consumidores, essa lei é considerada a realização de um sonho.


Matéria publicada na edição de fevereiro do Ambiente Hoje - Jornal impresso da Amda.
(Fonte: Assessoria de imprensa da ACMinas - 25/02/2011)



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