quinta-feira, 22 de julho de 2010

NADA É POR ACASO

Aconteceu um fato estranho, hoje,,,, alem da volta ao passado. Mas voltei ao passado não muito longe, ao conhecer uma pessoa que passa por um problema igual ao meu. Falamos de medos e liberdade, tudo que eu despreso e preso na minha vida.
Ele passa por uma situação de medo e talvez pânico em sua vida particular e eu nunca vi tamanho acanhamento em falar com alguém.
Falta de alto estima, medo de se mostrar, medo de conversar, medo de tudo.
Ele tem até medo de dormir. Eu o perguntei qual a coisa que ele mais gosta na vida, ele me respondeu: dormir. Ressaltou que não era de sexo que ele falava, mas de dormir tranqüilo, e que deveria ser bom.Ele acorda a cada uma hora uma hora e meia e se preocupa com o trabalho.
Fico imaginando o sofrimento desse homem.
Não tem problemas de saúde física,mas com certeza, seu espiritual está totalmente doente.
Lembrei-me de quando o medo me dominava. Eu tinha sonhos,mas logo logo acordava pra vida e não dormia mais. Passava mais tempo pensando do que dormindo .
Mas, não vou entrar em detalhes sobre a vida dele, nem sobre a minha, apenas vou deixar aqui, que nada é por acaso.
Ele confessou ter medo de pessoas, mas se soltou comigo e contou coisas que nunca havia contado a ninguém.
Daí, eu estava procurando um livro que estou lendo, e me deparei com outro, bem escondido na minha estante, que fala sobre Perdas e Ganhos.
O li em apenas uma hora e aprendi coisas que, se não fosse esse meu amigo, eu não teria aprendido, e não teria a oportunidade de passar algumas palavras pra ele e o confortar de alguma maneira.
Nada, mas nada mesmo, acontece por acaso.
Ele me apelidou de Livro falante, porque eu falo muito mesmo, e sempre saem palavras do nada, e que confortam.
Talvez eu seja mesmo uma portadora da voz do universo para pessoas que precisam ouvir algo.
Mas, esse amigo, que ao ler isso, vai entender o que vou deixar aqui escrito.
(Quero que você supere todos os percalços da sua vida, meu lindo, e que minhas palavras tragam tranquilidade em qualquer momento)

"Desde a idade de seis anos,eu tinha mania de desenhar a forma dos objetos.

Por volta dos cinqüenta havia publicado uma infinidade de desenhos, mas tudo o que produzi antes dos sessenta, não deve ser levado em conta. Aos setenta e três,compreendi mais ou menos a estrutura da verdadeira natureza, as plantas , as árvores, os pássaros, os peixes e os insetos. Em conseqüência, aos oitenta terei feito ainda mais progresso. Aos noventa penetrarei no mistério das coisas; aos cem, terei decididamente chegado a um grau de maravilhamento – e quando eu tiver cento e dez anos, para mim, seja um ponto ou uma linha, tudo será vivo.”
(Katsuhika Hokusai, sécs. 18-19)



Neste livro inédito, a autora alia memórias a uma delicada e sensível visão sobre o processo de envelhecimento da mulher. Busca dar um testemunho pessoal sobre a experiência do amadurecimento. Convoca o leitor para ser seu amigo imaginário: cúmplice e companheiro de reflexões que vão da infância à solidão e à morte, ao valor da vida e à transcendência de tudo. Lya divaga, discute e versa, com ímpeto, compaixão, e muitas vezes bom humor, sobre velhice, amor, infância, educação, família, liberdade, homens e mulheres, gente de verdade... e conclui que o tempo passa mas as emoções humanas não mudam, revelando que é preciso reaprender o que é ser feliz.


“Foram-se os amores que tive
ou me tiveram:
Partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperança – que rebrilha
como pedrinhas de cor entre as raízes.”
(Secreta mirada, 1997)


“Não é preciso consenso
nem arte,
nem beleza ou idade:
a vida é sempre dentro e agora.
( A vida é minha para ser ousada.)

A vida pode florescer
numa existência inteira.
Mas tem de ser buscada, tem de ser
conquistada.”


Sobre o Autor:
Lya Luft é uma das mais importantes escritoras da atualidade e tradutora de autores consagrados. Em sua obra, busca entender a vida, para ela maravilhosa, mesmo quando dolorida. E, para isso, narra o que nasce de seu próprio amadurecimento.

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